terça-feira, 8 de março de 2016

Trens da Rússia - parte 2 - O parmesão siberiano

Não rendeu muito o papo lá com o colega de cabine. O inglês dele foi suficiente para dizer que era da Sibéria e estava voltando pra casa. Supus que, pela idade e corte de cabelo, o cara se feriu no front lá na Crimeia.
Apaguei logo em seguida e a viagem teria sido tranquila não fosse um solavanco do trem. Acordei de leve e percebi que tinham fechado a porta da cabine, que agora era embalada por sonoras roncadas. 
Estar naquela primeira fila de um concerto de tubas em sol maior não era de todo um problema. Ruim mesmo era o chulé que estava ofendendo meu olfato. Aquilo tinha de ser coisa do siberiano. A meia do cara tinha pinta de nunca ter visto água e o tênis dele estava perigosamente na mesma direção que eu. Não pestanejei, levantei bem devagar e dei uma bicuda no tênis, jogando-o la para a porta. Qualquer coisa, a culpa era do solavanco do trem.
Tentei voltar a dormir, mas o parmesão siberiano ainda me incomodava. Não teve jeito, peguei um casaco e cobri o rosto. Foi assim que adormeci novamente, em meio a rezas para ninguém desafinar a tuba e mandar um rė maior.
O.O
Algumas dicas:
- Alguns trens tem wifi, mas nunca funcionaram nas viagens que fiz. Não conte com isso.
- Cada vagão tem dois banheiros, um em cada ponta. Não funcionam quando o trem está parado nas estações, pois a descarga é jogada nos trilhos (nota mental: nunca andar em trilhos, mesmo desativados)
- Não há tomada elétrica nos trens. Bateria extra para o celular é uma boa pedida
- Leve casaco mesmo no verão. Faz um frio leve de noite e, em alguns casos, você ainda pode usar como filtro de ar ...
Dasvidanyia!

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